Se a frase “eu odeio o meu trabalho” ressoa diversas vezes na sua mente, você chegou ao lugar certo. Nesse artigo, eu reuni passos realistas e práticos para saber de onde tirar coragem para largar o emprego que você odeia e viver a sua verdade, o seu propósito. Lembre-se de que aqui temos apenas passos realistas; portanto, você precisará abraçar a sua responsabilidade de agir. Vamos lá?
Boletos e a vida adulta
Infelizmente, a realidade de muitos não é simplesmente largar o emprego para viver da sua arte.
Temos que sobreviver, pagar os boletos e sustentar a família, os pets, as plantas.
Muitas pessoas de classes sociais mais baixas estão apenas tentando conseguir comida. Portanto, se você está no momento de buscar viver seu propósito ou algo maior, saiba que isso, por si só, é um privilégio.
Eu odeio o meu trabalho mas ele paga meus boletos.
Não estou aqui te dizendo para ser apenas grato porque muitos não têm o que você tem. Minha intenção não é te gerar culpa, mas te apresentar a pirâmide de Maslow.
Essa pirâmide ilustra as necessidades humanas em sua ordem de importância. Segundo Maslow, o que está na base da pirâmide é a base da vida, enquanto as camadas acima são as necessidades que surgem conforme as mais básicas são supridas.
Gosto dessa ilustração porque ela nos coloca em lugares comuns, ou seja, ela normaliza as necessidades que muitas vezes nos são ditas como meros “caprichos”. Aqui, elas são analisadas como necessidades naturais que todos nós temos conforme avançamos na escala.
Diante disso, as análises e indicações aqui serão o mais responsáveis e aplicáveis possíveis. Lembre-se de analisar o seu momento e adaptar os passos de acordo com as suas possibilidades. Odiar trabalho pode ser um excelente combustível na mudança de vida.
Como saber se meu emprego é tóxico?
Existem muitos fatores que tornam um ambiente de trabalho tóxico: sobrecarga de demandas, assédio, falta de bons equipamentos de trabalho, gestão precária, etc. A lista pode ser bem longa.
Existem alguns indícios básicos de que um trabalho está te fazendo mal e eles podem ser bem óbvios: desmotivação para ir ao trabalho, sensação de cansaço extremo, ansiedade. Aqui, a lista também pode ser bem longa.
Mas aonde eu quero chegar é na forma como você se sente.
Afinal, não adianta eu criar um longo checklist de toxicidades e você marcar tudo, concluir que o trabalho não tem problemas e, mesmo assim, continuar se sentindo mal a cada dia de trabalho.
Portanto, analise como você se sente. Sem perspectiva? Desvalorizado? Você não gosta do que faz? Não vê sentido nas atividades que realiza?
Os sinais citados acima também são importantes, mas é nesses sinais que vamos focar. Afinal, o seu bem-estar só pode ser definido por você e não por uma lista de fatores externos.
Como experiência própria, eu já trabalhei em ambientes onde não conseguia ver um problema externo, como assédio; tinha bons equipamentos e era na minha área de formação. No entanto, algo dentro de mim gritava por outra coisa, e a cada dia eu ficava mais triste naquela rotina. Entregava um trabalho medíocre e me sentia mal por isso também, pois sabia que podia fazer melhor.
Responda:
- Quando eu acordo para trabalhar, meu sentimento é de…
- Quando concluo um projeto no trabalho, o sentimento é de…
- Sinto realização quando…
- Meu trabalho me dá … realizações pessoais.
No fundo, você já tem essa resposta. Apenas ouça-a.
A realização pessoal
As novas gerações são claramente diferentes das anteriores no quesito propósito. Enquanto nossos pais e avós tinham o trabalho como uma forma de sobrevivência, as novas gerações querem se realizar profissionalmente de acordo com seu propósito de vida.
Isso faz total sentido, pois somos a mesma pessoa tanto no trabalho quanto na vida. Diante disso, saiba que a vontade de unir trabalho e vida é normal.
Sentir que faz parte de algo maior é importante e poder ganhar dinheiro com isso é o sonho das novas gerações. E, sinceramente, eu não vejo como poderia ser diferente.
Nosso trabalho é nossa contribuição para o mundo, e o dinheiro é nossa fonte de sustento na Terra. Ser feliz e realizado não deve ser loteria, mas o mínimo.
Preciso fazer um adendo: realizado não significa rico. Inclusive, a ambição pode ser algo que cega e desvia da realização. Imagine que seu sonho é ser pintor de quadros; isso te deixaria feliz e extremamente realizado. No entanto, você quer ser rico e não vê como ganhar muito dinheiro com isso.
Você deixa a vontade de ser pintor e vai fazer faculdade de engenharia, afinal, assim dá para prestar concurso ou ter o próprio escritório. Sim, riqueza.
Mas e a satisfação? Ela continuará oprimida no centro do seu ser.
Pois bem, não estou aqui falando de começar a pintar quadros e acabar como a vida desses 10 artistas famosos que viveram na miséria.
Estou falando de não deixar o seu sonho de lado. De trabalhar nele conforme suas possibilidades até o momento em que isso possa te sustentar. Mantenha o hobby; ele te manterá feliz no dia a dia, mesmo que você ainda tenha que frequentar o trabalho comum que paga seus boletos.
Nesse tempo, você faz o que ama, colhe os frutos do bem-estar de fazer o que ama e ainda evolui na atividade.
Quando eu comecei a escrever o blog, sabia que teria que escrever mais ou menos 30 artigos para que um fosse bem-sucedido, uma média nada “uau”. No entanto, desistir desse projeto não traria melhores resultados.
O problema é que, quando você deixa um sonho de lado, ele não para de te incomodar. Ele te cobra, te assombra. E isso, somado a um trabalho que você odeia, te adoece.
A expressão do seu ser é algo forte demais para ficar preso, e por isso, quando fica, exige muita força, cansa, tira as energias.
Qual é a verdade do meu ser?
Você já sabe.
Eu poderia parar por aqui, pois sim, você já sabe.
No entanto, você não quer ver ou ainda é algo meio bagunçado dentro de você.
Talvez a real expressão do seu ser esteja reprimida porque você tem que terminar a faculdade e exercer para não “jogar fora” o tempo e os recursos.
Talvez a voz que grita dentro de você seja uma ideia absurda que você não consegue ver como algo plausível.
Comece a ouvir, converse com você, se pergunte, escreva, troque ideias com pessoas. Desenrole, tente entender.
Quanto mais você explorar esse algo em você, mais fará sentido, mais será aplicável.
O livro “Encontre seu Porquê” é um guia prático para encontrar o seu propósito individual.
Calma, existe uma saída
Acho que, quando falamos de transição de carreira ou mesmo de seguir um sonho, o ponto que mais pega são os boletos. Como fazer essa transição? Como ter dinheiro enquanto começo algo do zero?
A não ser que você seja herdeiro, será necessário:
- Fazer uma reserva financeira para começar a empreender
- Usar parte do seu salário no desenvolvimento da sua paixão; e, se seu poder aquisitivo for menor, mais tempo levará.
“Ah, mas vai levar muito tempo.” Infelizmente, pode ser que sim, mas desistir não acelera em nada.
Outro ponto muito importante em viver o seu propósito é ter maturidade e responsabilidade pelos seus resultados. Só depende de você.
Tenha uma esperança
Uma reserva financeira vai te dar a sensação de materialidade, de que a cada dia que chegar no trabalho, estará trabalhando para sair dele. Se planejar e ter algo concreto coloca uma luz no fim do túnel, a esperança que você precisa para se manter forte no objetivo.
Eu também gosto da ideia de buscar ganhar mais para acelerar a realização. Um curso de inglês para ser promovido no trabalho, buscar novas vagas de emprego…
Crie suas oportunidades, diga aos seus amigos que está na busca de um novo emprego, compre uma rifa, crie maneiras para que as oportunidades cheguem até você.